sábado, junho 06, 2009

MESMERISMO




Nova fagulha e doc, falha, fissura exata, prata do ocidente, rente, resto que não remanesce. Nasço como relva, revelada pela voz do verde que, adormecido, retém o tênue da areia residual do amanhecer e suas estrias de nuvens em suas redomas de chumbo e, hoje, volta completa sobre si e é ele, ou eu, agora, aqui: um sono e de noite e de novo trevas. Presenças ao redor da fogueira, vaga-lumes no banhado, imóveis, como estrelas no céu influenciam ao penetrar, sem dor, cada um de nossos poros, de uma pele mais antiga, o mais antigo papel.



Rodrigo Garcia Lopes (em Nômada, lamparina, 2004)

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