sábado, setembro 11, 2010

BEDUÍNA, poema de Nômada - Rodrigo Garcia Lopes


Beduína


teu corpo negro
é meu coração do avesso
onde me entrego, grego,
às iluminuras do desejo
e onde vejo, ensaio
o poema de todas as vozes

tua voz-raiz
viça, filtra, beduína
todos os ritmos do transe
odres de absinto
tantos matizes

tua alma branca
gema negra e perfeita
é minha mente ereta
quando sou raptado
das prosas da razão
às proezas dos sentidos

onde cego num oásis em meio às luzes
rogo tudo que forem capazes:
banho-me na tempestade.





Rodrigo Garcia Lopes (In Nômada, Lamparina, 2004)

Nenhum comentário: